A diretora-técnica do Instituto de Mudanças Climática e Regulação a Serviços Ambientais, Vera Lúcia, participou nesta semana em Manaus, do evento Preparatório da Engenharia e da Agronomia para o 8° Fórum Mundial da Água.
A doutora em Ciência da Engenharia Ambiental e diretora técnica do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC), Vera Lúcia Reis ministrou uma palestra a respeito da “Gestão de recursos hídricos transfronteiriços – Estudos integrados para a regularização de vazão e contenção de enchentes na bacia do rio Acre, na fronteira Brasil, Bolívia e Peru”. A doutora iniciou suas atividades lançando um desafio para o estado do Amazônia: integrar a região trinacional MAP (Madre de Dios-Peru, Acre-Brasil, Pando-Bolívia). “Gostaria de aproveitar essa oportunidade para convidar e até desafiar o Amazonas para mudarmos a sigla de MAP para MAAP. As bacias hidrográficas não possuem fronteiras. Tudo que passa na bacia do rio Acre, passa pelo Amazonas e pelos países vizinhos. Estamos integrados e precisamos trabalhar em parceria”, argumenta.
De acordo com diretora do IMC, o Brasil está adiando o processo de gestão dos recursos hídricos fronteiriços. “Nesses últimos anos tivemos enchentes e secas históricas no Acre, vivenciamos situações climáticas extremas. O Governo Federal reconhece a criticidade da região, porém ainda precisa desenvolver medidas eficientes”. Vera Lúcia destaca que o estado do Acre está trabalhando para superar alguns desafios, entres eles: transformação das economias regionais, questões de migrações (haitianos), transformação dos ecossistemas- mudanças da terra, desmatamento e queimadas. “Estamos monitorando a fumaça, por causa dos problemas respiratórios principalmente em pessoas idosas e crianças, nosso monitoramento é constante através da sala de situações”, diz.
Ainda segundo a doutora em Ciência da Engenharia Ambiental, algumas medidas intensivas devem ser planejadas de forma integrada, em diversos locais de rio Acre e afluentes, de modo a reduzir a magnitude das obras de engenharia. “Essas medidas incluem melhorias de canais com redução da rugosidade, aprofundamento do leito do rio e alargamento da seção próxima às áreas urbanas da bacia. As melhorias no canal provocam o rebaixamento do nível nas áreas urbanas, essa medida pode ser positiva para que o rio não atinja as áreas mais altas da cidade e ainda a construção de diques e polders em bairros das áreas urbanas que tenham topografia favorável para a construção. Os diques podem proteger alguns municípios o aumento do nível do rio, porém tem altos custo de implantação e causam impactos grandes durante sua construção, isolam o acesso ao rio e podem causar grandes prejuízos em caso de falha ou rompimento”, explica Vera.
Texto: Laila Moraes e Lisângela Costa