As mudanças climáticas ocasionam uma série de fenômenos naturais extremos. Em 2015, o estado enfrentou a maior enchente da história do Rio Acre, que chegou a registrar o nível de 18,40 metros, em Rio Branco. Nos dois anos seguintes, houve duas secas severas. Esses fenômenos pedem, cada vez mais, o comprometimento dos governos e governantes com o meio ambiente.
Nesta quarta-feira, 25, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) iniciou uma capacitação com os gestores do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC), Secretaria de Meio Ambiente (Sema) e demais órgãos de defesa, para apresentar as novas tecnologias da plataforma de monitoramento ambiental TERRA MA2, já utilizada pelo governo do Estado desde 2012, a partir da criação da Unidade de Situação de Hidrometeorológica.
“Estamos promovendo um curso de transferência tecnológica e capacitação para os técnicos sobre essa plataforma para desenvolvimento de sistemas de monitoramento, análise, alerta em sala de situação de agravos ambientais, sejam de queimadas ou inundações”, explica o tecnologista sênior do Inpe, Fabiano Morelli.
A qualificação se encerra na próxima sexta-feira, 27. Os dados gerados na sala de situação fornecem indicativos de alerta e estágios das diversas plataformas estabelecidas no estado, assim como acompanhamento contínuo por satélite. Com atualização do sistema, os dados serão compartilhados com todas as instituições que compõem a Comissão Estadual de Gestão de Riscos.
Vera Reis, diretora técnica do IMC, salienta que “como o Acre dar resposta e foi o estado que os motivou a dar continuidade à ferramenta, o Inpe veio gratuitamente fazer a mesma modernização feita na central, aqui para nós. Em função do que Estado divulgou dessa plataforma, a Agência Nacional de Águas vai assumir a TERRA MA2 como instrumento importante de alerta nas 27 federações”.
Os alertas gerados na Unidade de Situação de Hidrometeorológica do Acre são utilizados pelos governos do Peru e Bolívia. “A Organização do Tratado de Cooperação Amazônica solicitou a Sema autorização para implantar a nossa ferramenta em Madre Dios e Pando. Devido a isso, fomos referenciados no Fórum Mundial de Águas, que ocorre em março”, enfatizou Vera Reis.
O sistema de monitoramento ambiental, desenvolvido pelo Inpe, compõe uma base de dados históricos, por meio de uma avaliação do comportamento das enchentes e secas, viabilizando elementos preventivos de possíveis novos eventos extremos.
Texto: Maria Meirelles
Foto: Angela Peres