O Esquema de Compensação e Redução de Carbono para a Aviação Internacional (Corsia) tem o intuito de complementar os esforços do setor, limitando qualquer aumento anual das emissões totais de CO² acima dos níveis de 2020.
Apresentado pela diretora-presidente do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC), Magaly Medeiros, o Sistema de Incentivo aos Serviços Ambientais (Sisa) agrega experiências positivas, obtidas por meio da política de baixa emissão de carbono e desenvolvimento sustentável, que o governo do Estado executa.
Por ter sido o primeiro no mundo a desenvolver o programa global REM (Redd Early Movers – pioneiros na conservação) e obter resultados concretos, o Acre tem papel importante no debate de uma economia descarbonizada, que tem como base a valorização do ativo ambiental, crescimento socioeconômico e melhoria da qualidade de vida.
“A gente acredita que agora, o passo é poder destravar eventuais dificuldades que se têm na formulação das políticas públicas de âmbito nacional. O Acre se beneficia, bem como toda a Amazônia, uma vez que essa é uma região estratégica para o Brasil, representando 60% do território”, salientou o diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento de Serviços Ambientais do Acre, Dande Tavares.
Segundo o presidente da Comissão Mista de Mudanças Climáticas, senador Jorge Viana, o Brasil precisa aprofundar mecanismos de valorização econômica da floresta. “A floresta precisa ser vista como um ativo econômico, que pode e deve ser manejada, e não pode ser destruída. O Acre tem se destacado nesse segmento, inclusive recebendo compensação de crédito de carbono, por conservar e reduzir o desmatamento, mas nós queremos que o Brasil mude sua posição, especialmente por conta das emissões significativas no mundo, por conta da aviação internacional”, frisou.
Resultados
Na sexta-feira, 27, os membros do grupo de trabalho Offsets Florestais do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas visitaram os empreendimentos de baixa emissão de carbono e alta inclusão social, Peixes da Amazônia e Cooperacre, fomentados pelo Estado por meio da política de Redd.
Para o pesquisador sênior do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), a política de Redd é fundamental para a consolidação de negócios sustentáveis. “Seguramente, incorporar o valor que serviços ambientais trazem para gestão, é um passo fundamental para consolidar e levar esses negócios para outros estados. O valor que o Acre tem, em termo de conhecimento acumulado, é enorme”, destacou.
A analista da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Amapá, Mariane Nardi, observou que todos os estados estão caminhando, dentro da Amazônia, para um processo mais sustentável. “Quando a gente vê essas experiências na prática e constata o envolvimento da população e ganhos reais da floresta, é algo extremamente satisfatório e nos motiva a trabalhar ainda mais nos nossos estados”, disse.
Texto: Maria Meirelles