Na COP 25, Consórcio de Governadores da Amazônia propõe soluções para o crescimento da Amazônia

Uma carta com os principais desafios para o crescimento econômico e social da Amazônia sem depredação da floresta está sendo editada pelas lideranças que compõem o Consórcio Interestadual da Amazônia Legal, nesta segunda-feira, 9, em Madri.

Os governadores emitirão o documento que foi apresentado nesta segunda ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Sales, e ao presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, para expor cenário amazônico e as possíveis medidas de combate à miséria com crescimento econômico e social.

A instituição, composta de nove estados, está presente na COP 25, a Conferência do Clima da ONU, que acontece na capital espanhola há duas semanas. O governador do Estado do Acre, Gladson Cameli, se faz presente

Em Madri, os governadores emitirão o documento que foi apresentada nesta segunda-feira, 9, ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Sales, e ao presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre Fotos: Cedida

O presidente do Consórcio, o governador do Amapá, Waldez Góes, abriu o encontro, reforçando o discurso da necessidade de enfrentar o desmatamento criminoso na Amazônia e pensar em ações concretas para um novo modelo de desenvolvimento.

Ele citou o seu estado como exemplo de preservação, onde a redução do desmatamento chegou a 67%, e expôs as discussões e ações do Consórcio da Amazônia, que integra nove estados brasileiros da Amazônia Legal.

“Queremos um Brasil unido na causa do clima para reafirmar os compromissos de toda a Amazônia e nossas populações e todo o esforço dos governos estaduais”, disse Waldez.

A Rede de Governadores Regionais para o Desenvolvimento Sustentável na COP reúne 42 governos subnacionais, de 20 países, em quatro continentes.

Já o governador do Pará, Helder Barbalho, falou sobre o papel que o seu estado tem de combater o desmatamento, já que é um dos mais ricos em biodiversidade e riquezas.

“O Pará tem absoluta dimensão da sua responsabilidade e do protagonismo que tem em relação ao desafio das mudanças climáticas. Ao mesmo tempo, também temos o compromisso da agenda do combate do desmatamento ilegal para manter nossa floresta em pé”, afirmou Barbalho.

Por sua vez, o governador do Acre lembrou que a Amazônia hoje gera R$ 100 bilhões em ativos por ano, o conjunto de bens, valores e créditos que formam o patrimônio da região. “No entanto, ainda assim vivemos com problemas sérios como a má distribuição de renda que gera a pobreza”, pontuou o govenador Gladson Cameli.

“Isso precisa ser combatido com políticas sérias de geração de emprego e renda na região, impulsionando o desenvolvimento econômico e sustentável com responsabilidade, mas priorizando as famílias que vivem em condição de miséria na Amazônia”, frisou Cameli.

Quase 200 países participam da COP 25. Os governadores da Amazônia pedirão também na carta a participação mais incisiva do governo federal e do congresso brasileiro nas agendas do Consórcio. Mas não deixarão de citar alguns avanços que há uma década não acontecia, entre elas a descentralização das ações dos estados para que estes possam negociar os seus ativos ambientais.

Composto por todos os estados da região Norte, além de Mato Groso e do Maranhão, o Consórcio Interestadual da Amazônia Legal tem como objetivo estabelecer uma agenda positiva e integrada para o desenvolvimento sustentável dos seus entes federados.

 

Patrimônio do planeta

 

O entendimento dos governadores é o de que a Amazônia é o patrimônio mais espetacular do planeta. “É um tesouro natural inestimável com a maior concentração de flora, de fauna e água doce do mundo”.

“Um esplêndido patrimônio de biodiversidade. Uma gigantesca entrega de serviços ambientais para a humanidade. Quando dizemos que a Amazônia é nossa, queremos dizer que ela é de todos nós. E para manter este imenso patrimônio e necessário todos os esforços para que esta região seja competitiva, integrada e sustentável”, ressaltou o Consórcio na COP 25, em Madri.

Para os chefes de estado, é preciso “reformular a diretriz política para lidar com os desafios e obstáculos que há muitas décadas limitam o pleno desenvolvimento da região”, o que faz com que os governadores unidos se proponham a trabalhar pela criação de soluções integradas para superar esses desafios atuando em um único bloco.