Economia de baixo carbono do Acre é tema de entrevista a site americano

 Jairo Carioca 
 12.03.2019  11:17
Atualizado 12.03.2019 às 16:03

 

O secretário de Meio Ambiente, Israel Milani, o diretor do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC), professor Carlito Cavalcanti, e a coordenadora da Comissão Estadual de Validação e Acompanhamento (Ceva), Adelaide de Fátima, foram entrevistados no final da tarde desta segunda-feira, 11, por jornalistas do site ProPublica, uma instituição sem fins lucrativos com sede em Nova Iorque.

Capa principal do site ProPublica; jornalistas da instituição, reconhecida mundialmente por abordar temas como violência e meio ambiente, estiveram no Acre (Foto: Print ProPublica.org)

A entrevista aconteceu na sede da unidade Central de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto do Estado do Acre, anexo da Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac), com tradução simultânea para o inglês feita pela jornalista Paula Moura. Ela estava acompanhada da colega, Lisa Song, ambas do ProPublica.

Entre os questionamentos feitos pelas jornalistas esteve a exigência de posicionamento do Estado entre os que são defensores do REDD+ e os que se apresentam contra a política de baixa emissão de carbono e, ainda, o status atual do IMC no Acre. As jornalistas estão produzindo um material sobre a economia de baixo carbono. O Acre foi a primeira jurisdição do mundo a implementar um arcabouço legal e institucional para REDD+. O site ProPublica, premiado mundialmente, quer aprofundar o debate sobre o programa REM.

Milane afirmou existir uma determinação do governador Gladson Cameli pelo retorno do instituto como autarquia, dentro do entendimento da importância do sistema de incentivos a serviços ambientais. “Ocorreu uma fusão de secretarias. O IMC não perdeu sua finalidade. A iniciativa fez parte da Lei Complementar nº 355 que estabeleceu a nova estrutura de governo para reduzir gastos e integrar a fiscalização, que é redução de desmatamento e fortalecer os órgãos”, explica o secretário. Ainda de acordo Israel Milani existe avanço no debate junto a equipe econômica e de controle da nova gestão. Ele reconheceu o verdadeiro papel do instituto pela importância internacional do REDD+ jurisdicional.

Carlito Cavalcanti, presidente do Instituto de Mudanças Climáticas: “Proposta do governo é aumentar a produtividade e melhorar a qualidade de vida, utilizando áreas já desmatadas” (Foto: Diego Gurgel/Secom)

Adelaide de Fátima, que hoje coordena a Comissão Estadual de Validação e Acompanhamento (Ceva), destacou que o Acre se tornou referência nesse modelo ambiental com experiências que deram resultados. Ela falou da importância na busca de conhecimentos de como foram feitos os aportes financeiros no passado para que as próximas decisões de governo sejam acertadas e beneficiem realmente quem precisa.O diretor do IMC, professor Carlito Cavalcanti, afirmou que o Acre já tem uma posição sobre o REDD+ desde 2012 quando passou a receber recursos aplicados em ações para aumentar a produtividade em áreas já abertas, subprogramas indígenas, produção familiar, extrativismo e pecuária diversificada. Ainda de acordo Cavalcanti, “a proposta do governo é realmente aumentar produtividade e melhorar a qualidade de vida dos beneficiários desses recursos”, explicou o diretor.

“A participação da sociedade civil na fiscalização da aplicação desses recursos é fundamental, esse modelo deve ser seguido por demais unidades da federação que passam a implementar a política do REDD+ em suas economias”, diz Fátima.

A gerente da Ceva foi convidada pela equipe de reportagem do ProPublica para visitas nos projetos de manejos da Floresta Estadual do Antimary (Bujari) e a Reserva Extrativista Chico Mendes (Brasileia).

A cidade de Xapuri faz parte do roteiro de trabalho das jornalistas Lisa Song e Paula Moura durante toda esta terça-feira, 12.