Acre orienta Mato Grosso na implementação de política de Redd+

Consagrado como um dos estados de maior relevância econômica na produção do agronegócio, o Mato Grosso está em processo de implementação da sua política Redd+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação com Benefícios Socioambientais (Redd+SES).

Por ter sido o primeiro no mundo a executar o programa global REM (REDD+ Early Movers – pioneiros na conservação) e obter resultados socioeconômicos reconhecidos, o governo do Acre realiza intercâmbio de experiências com o governo do Mato Grosso.

A delegação mato-grossense, composta por 10 gestores das mais diversas áreas, cumpre agenda no estado até esta quarta-feira, 14.

Nesta segunda-feira, 12, os gestores acreanos da área ambiental apresentaram aos visitantes a engrenagem da política de baixa emissão de carbono, associada ao desenvolvimento sustentável.

No segundo dia de encontro, a delegação vai visitar empreendimentos sustentáveis e projetos de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas, apoiados pela política de Redd+, bem como a relação entre a gestão e os produtores, os extrativistas e os povos indígenas.

Dande Tavares, diretor-presidente da Companhia de Desenvolvimento de Serviços Ambientais (CDSA), destaca que o modelo de desenvolvimento adotado no estado é referência por promover a economia, garantindo justiça social, por meio da valorização do ativo ambiental.

“O pioneirismos do Acre é reconhecido quando vemos um estado como o Mato Grosso, que é tido como referência na questão do desenvolvimento agropecuário, estar atento à importância de trabalhar o desenvolvimento com as bases e critérios socioambientais rigorosos. Nossas políticas são inovadoras e servem de exemplo para outros centros amazônicos, brasileiros e, por que não dizer, para o mundo”, salientou Tavares.

Desde 2012, o governo do Estado desenvolve o programa REM, financiado pelo Banco Alemão KfW. Devido aos resultados obtidos, o governo acreano já negocia a segunda fase do REM, que já recebeu um aporte financeiro de R$ 85 milhões na consolidação desse modelo desenvolvimento sustentável, em sua primeira etapa.

Para a diretora-presidente do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC), Magaly Medeiros, a experiência é muito rica. “Ter a delegação de um estado como o Mato Grosso vindo aprender com a gente nos aponta estar no caminho certo: do desenvolvimento sustentável, com melhoria da qualidade de vida dos acreanos, refletida inclusive no crescimento do PIB”, ressaltou.

Edegard Deus, secretário de Estado de Meio Ambiente, explica que a política de baixa emissão de carbono e desenvolvimento sustentável empodera as populações tradicionais acreanas. “Esse é um processo de desenvolvimento que tem como base a sustentabilidade”, afirmou.

Referência

Segundo o subsecretário de Meio Ambiente do Mato Grosso, Alex Sandro Marega, o Acre é referência nacional. “A gente quer aprender, visto que o Acre é pioneiro na política de baixa emissão de carbono. Nós já fizemos um trabalho de redução do desmatamento e agora queremos pleitear recursos junto ao KfW, da mesma forma que o Acre já fez. Vamos nos basear nos diversos acertos obtidos aqui e nesta política macro de desenvolvimento sustentável. Viemos aqui aprender com o resultados, uma vez que o Acre é modelo para todo o Brasil”, frisou.

O intercâmbio se encerra com a vinda do vice-governador do Mato Grosso, Carlos Henrique Fávaro, que será recebido pelo governador Tião Viana.

 

Texto: Maria Meirelles
Foto: Diego Gurgel